A região onde está localizada Guaratinguetá – e muitas outras cidades do vale do Paraíba – chamou-se inicialmente “Hepacaré”, nome tupi que, segundo Teodoro Sampaio quer dizer braço ou seio da lagoa torta, em virtude de um braço do rio Paraíba ali existente nessa época. Mas, segundo o Relatório da Província de São Paulo, de Azevedo Marques (1887) “Hepacaré”significa lugar das goiabeiras. Em 1560, verificada a extinção da Vila de Santo André, emigra dos Campos de Piratininga grande leva de Guaianases mansos, localizando-se para os lados da região denominada “Hepacaré”, onde se levantaram da região denominada “Hepacaré”, onde se levantaram, depois Taubaté, Guaratinguetá e Lorena.
Em 1636 dirige-se Jacques Felix, acompanhado de sua família para o local onde hoje se ergue Guaratinguetá, munido de carta de sesmaria e com amplos poderes para se estabelecer no local.
É de supor que o lugar escolhido já fosse uma aldeia de índios mesclados e adventícios que possuía condições essenciais para edificação de povoado. Estabelecendo-se no local, Jacques Felix fez logo erigir uma igreja, considerada matriz, constando como seu pároco, de 1632 a 1637, o padre Lourenço de Mendonça.
Há outra hipote da história de Guaratinguetá que diz haver sido fundada por Domingos Leme, como representante do donatário D.Diogo Faro, mais ou menos no mesmo ano que Jacques Felix. Contudo, a data considerada oficial da fundação é a de 1651, pois versões há que consideram este último ano o da chegada de Domingos Leme.
Com o correr dos anos foi se transformando em caminho e passagem obrigatória nas viagens entre São Paulo e Rio de Janeiro. Como todo interior, possuía indústria rudimentar e caseira até à época do incremento da cultura da cana-de-açúcar e instalação de numerosos engenhos, quando começa Guaratinguetá a adquirir destaque entre as demais cidade do Vele do Paraíba pela sua grande prosperidade.
O prestígio dos canaviais perdura até princípios do século XIX, quando a produção açucareira do Nordeste do Brasil sufoca totalmente a da região Sul. Contudo um horizonte magnífico se descortina dentro do desastre açucareiro, pois, vindo das terras fluminenses, o café adapta-se às terras de São Paulo, trazendo, consigo agricultores afeitos a seu cultivo. Guaratinguetá investe na cultura do café com todas as suas forças e em alguns lustros vê a cultura atingir o apogeu.
A opulência e a fartura se alastram no Município: é o período áureo da vida da cidade. Com a decadência do café, iniciou-se no Município uma fase de policultura, em que a cana-de-açúcar e o arroz tiveram a maior importância.
Repercutiu em seu desenvolvimento, como no de outras cidades do Vale do Paraíba, o grande êxodo em fins do século XIX, da chegada da população rural e urbana, atraída pelas zonas pioneiras do oeste paulista. A partir do segundo quartel do século XX, com a chegada de famílias mineiras procedentes da Mantiqueira, as velhas propriedades rurais se transformaram em fazendas de criação e a pecuária constitui hoje a principal atividade econômica da população do Município, juntamente com a industrialização que progressivamente se vai processando das localidades situadas no vale do Paraíba, ao longo das estradas que ligam o Rio de Janeiro a São Paulo.
O topônimo “Guaratinguetá”é de origem tupi e significa muitas garças brancas (Guará = Garça; tinga = branca; etá = muitas). Em 1651 já era vila e foi elevado à categoria de cidade pela Lei nº. 2, de 23 de janeiro de 1844, passando a comarca pela Lei nº. 61, de 20 de abril de 1866.
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